Desafios no diagnóstico dos traumatismos dentários

Diagnosticar um traumatismo dentário nem sempre é uma tarefa simples. Existem 14 tipos de traumas dentais diferentes envolvendo as estruturas duras do dente, osso alveolar e estruturas de suporte dentário (ligamento periodontal e gengiva). Podem acometer os dentes decíduos, dentes permanentes ou ambos dependendo da faixa etária. Os traumas podem atingir um ou mais dentes. Podem ser complexos, envolvendo fraturas dentárias e ósseas, combinadas com lesões das estruturas de sustentação.

O estágio de formação dos dentes pode dificultar o diagnóstico, tanto nos dentes decíduos que apresentam reabsorções radiculares fisiológicas próximos da exfoliação natural, bem como os dentes permanentes que apresentam erupção parcial com ligeira mobilidade.

As maloclusões também podem sugerir deslocamentos, necessitando de informações dos pais, amigos ou mesmo do próprio paciente quanto o posicionamento original dos dentes.

A indisponibilidade de equipamentos para exames radiográficos também pode ser um grande limitador no diagnóstico, pois poucos serviços odontológicos os possuem, tanto privados quanto em públicos.

A falta de serviços odontológicos de urgência 24 horas, também é um grande limitador para o prognóstico dos traumatismos dentários. Nas primeiras horas após o trauma dental os sinais e sintomas são mais evidentes e com o passar do tempo vão desaparecendo.

Essas complexidades podem levar a um conhecimento limitado dos profissionais sobre os traumatismos dentários, o que é confirmado em extensa literatura.

Diagnosticar um trauma dental pode não ser uma tarefa tão simples, mas precisamos ter consciência que é fundamental para o sucesso do tratamento!!!

Rogério de Almeida Geraldino, MSc, FIADT,
Especialista em Odontopediatria e Saúde Coletiva Consultor em Prevenção de Acidentes